
Ji-Paraná (RO), 27 de maio de 2025 – Durante a 12ª edição da Rondônia Rural Show Internacional, a superintendente executiva da Cacauron, Déborah Regina, apresentou os avanços da cadeia produtiva do cacau em Rondônia, ressaltando a importância do selo de Indicação Geográfica “Rondônia Cacau”, que vem consolidando o estado como referência em qualidade e sustentabilidade na produção de cacau e chocolate.
Criada em 2021, a Cacauron (Associação dos Cacauicultores e Chocolateiros de Rondônia) surgiu como gestora da indicação geográfica e como voz representativa dos produtores locais. A associação já reúne mais de 70 produtores e 12 chocolateiras associadas, atuando em todo o estado, de Porto Velho a Alta Floresta.
“Somos frutos de um projeto do Sebrae e da vontade de valorizar a origem e a qualidade do nosso cacau. A indicação geográfica é o nosso diferencial — como a Canastra para o queijo ou a região de Champagne para os vinhos”, explicou Déborah.
Selo de qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade
O selo de indicação geográfica garante que o cacau produzido em Rondônia é fermentado acima de 65%, possui menos de 3% de defeitos e não apresenta contaminação por fumaça. Além disso, atesta o compromisso com práticas sustentáveis, sem trabalho infantil ou escravo, e com a preservação ambiental.
“Esse selo mostra que a qualidade começa na lavoura e vai até a barra de chocolate. É a certificação de que o nosso produto é único”, reforçou a executiva.
Apoios estratégicos e acesso a benefícios
A atuação da associação conta com o apoio do Sebrae e do Scot Centro, que viabilizam eventos, capacitações e a estrutura administrativa da entidade. Associados também têm acesso gratuito aos programas do Sebraetec, incluindo formações em fabricação de chocolate — desde o nível inicial até o avançado.
“Temos três tipos de anuidade, adaptadas à realidade de produtores iniciantes, experientes e chocolateiros. Nosso objetivo é incluir e fortalecer toda a cadeia”, explicou.
Representatividade feminina e visão de futuro
Déborah também destacou o papel da mulher no agro e na liderança cooperativista. Ao assumir a gestão da Cacauron, ela passou do campo técnico ao estratégico, tornando-se uma das vozes mais ativas na valorização do cacau rondoniense.
“É desafiador, mas muito gratificante. O mercado tem espaço, e as mulheres têm competência. Basta persistência, formação e acreditar”, declarou.
Durante a feira, visitantes puderam degustar chocolates artesanais e conhecer mais sobre os produtos da associação no estande da Cacauron, reforçando o papel de Rondônia como novo polo do cacau fino no Brasil.