4º Fórum Rondoniense destaca os desafios impostos pelo status de livre de aftosa sem vacinação
Evento aponta o quanto é importante o compromisso do produtor e do Estado para prevenir doenças e proteger um dos maiores patrimônios de Rondônia, a pecuária.
“Tão difícil quanto conquistar, é manter o status de livre de febre aftosa sem vacinação”. Essa foi a tônica das palestras e debates realizados nesta última quinta-feira (26/05), durante o 4º Fórum Rondoniense para Manutenção da Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, no Centro Tecnológico Vandeci Rack, dentro da 9ª Rondônia Rural Show Internacional, em Ji-Paraná.
O evento, transmitido ao vivo pelo YouTube e Facebook, foi realizado pelo Governo de Rondônia, por meio da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), em parceria com o Fundo Emergencial de Febre Aftosa (Fefa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O tema desta edição foi ‘Maior Envolvimento para Vencer os Novos Desafios’.
“O reconhecimento internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), além de nos permitir avançar em busca de mercados mais rentáveis, apresenta um cenário de desafios que, dentre os principais atores, destacam-se o produtor rural, que deve estar ainda mais atendo aos mínimos sinais de doenças nos rebanhos, e o Estado que, por meios de suas secretarias, viabiliza políticas públicas voltadas tanto ao incentivo do setor produtivo quanto à proteção da saúde dos animais de produção”, avalia o presidente da Agência Idaron, Julio Cesar Rocha Peres.
Abordando uma questão intrinsecamente ligado ao tema, o Auditor Fiscal Federal do Mapa-SFA/RO, Juliano Moura Silva palestrou sobre as modalidades de habilitação e exigências de mercados para as plantas frigoríficas venderem carne e outros produtos aos grandes mercados internacionais. “Uma das principais exigências, Rondônia já tem: a certificação sanitária internacional”, destacou.
Na oportunidade, o palestrante listou os principais mercados internacionais para a carne bovina e apontou as condições impostas por cada nação, a maioria delas já transpostas pela pecuária rondoniense, para que as plantas frigoríficas obtenham o reconhecimento da autoridade sanitária do país importador e esteja apta à exportação.
CUIDADOS
Com assunto mais voltado às responsabilidades compartilhadas, um dos temas mais latentes da atualidade, o Auditor Fiscal Federal do Mapa, Gabriel Sanches Torres falou sobre os benefícios e os desafios envolvidos na suspensão da vacina contra febre aftosa e que não podem ser esquecidos pelo Governo nem pelo setor produtivo e entidades ligadas à pecuária, destacando que, na fase atual, a participação do produtor deve ser muito maior na comunicação precoce da suspeita de animais enfermos em sua propriedade.
“A probabilidade de ocorrência de um evento adverso e a magnitude das suas consequências devem ser consideradas sempre. A manutenção do status sanitário, de área livre de aftosa sem vacinação, é o maior desafio enfrentado pela pecuária de Rondônia. São muitas as propriedades rurais com animais suscetíveis a febre aftosa e o produtor rural é fundamental na vigilância contra a doença”, acentuou.
PERGUNTAS
Após as palestras, o público que lotou as dependências do Auditório Oficial da 9ª RRS pôde fazer questionamentos aos palestrantes e aos representantes do governo e das entidades privadas. Um dos questionamentos foi quanto a valorização da pecuária que, conforme afirmou o presidente da Idaron, resulta da soma de esforços entre setor produtivo e Governo do Estado. “A Idaron tem por missão precípua a fiscalização. Nosso objetivo é dar uma nova atenção à vigilância sanitária em Rondônia, com ênfase na atenção epidemiológica para manutenção da zona livre sem vacinação. Do mesmo modo, o produtor precisa estar atento e absorver para si o papel de fiscalizador do próprio rebanho. Isso já tem acontecido e deve apenas ser reforçado, para o bem de todos”, comenta.
Dinâmico, técnico e elucidativo, o Fórum cumpriu com o seu papel, apresentando-se como oportunidade de debate e respostas às dúvidas, envolvendo os setores produtivos, público e privado, bem como a sociedade em geral, em um amplo debate a respeito das ações estratégicas voltadas à manutenção da zona livre de febre aftosa sem vacinação.
PARCERIA
Representando o Governo do Estado no evento, em entrevista, o vice-governador José Jodan parabenizou o envolvimento dos diversos setores na realização do Fórum e conversou com produtores rurais e representantes do setor, destacando o esforço do Governo, que investiu mais de R$ 70 milhões no reaparelhamento da Idaron, para fortalecer as ações de defesa sanitária animal no estado.
O evento também contou com a participação de representantes políticos federais, estaduais e municipais, além de empresários e autoridades ligadas a diversas secretarias como Seagri e Emater, bem como representantes do Fefa, Faperon, Fetagro e Idaf (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal) que, dentre os representantes, esteve presente o presidente do Instituto, José Francisco Thum.
O empresário e pecuarista Adélio Barofaldi que representa os produtores rurais do setor pecuário de Rondônia também foi um dos debatedores durante a rodada de conversas com o homem do campo, dando importante contribuição para os debates. “O envolvimento do produtor na definição das estratégias de combate e prevenção das doenças que afetam os animais de produção é de extrema importância e faz ele entender melhor o papel de todos na manutenção do atual cenário vivido pela pecuária rondoniense”.