Embrapa participa de audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado
A pesquisadora Lúcia Helena de Oliveira Wadt representou a Embrapa, na quinta-feira (26/5), no ciclo de debates realizado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), do Senado Federal, durante a 9ª Feira Internacional Rondônia Rural Show 2022, no município de Ji-Paraná, região central do estado.
O objetivo foi debater sobre a importância das feiras tecnológicas na facilitação do acesso dos produtores rurais a equipamentos e técnicas que aumentem a produtividade e a produção de alimentos. A sessão, conduzida pelo senador Acir Gurgacz (PDT), presidente da CRA, foi transmitida ao vivo pela TV Senado.
Na abertura do evento Gurgacz mencionou a contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da cafeicultura do estado de Rondônia, historiando o desenvolvimento dos cafés clonais, inicialmente denominados cafés de Rondônia e atualmente, Robustas Amazônicos, que estavam sendo apresentados na vitrine tecnológica da Embrapa na Feira.
Parceria e sustentabilidade
A pesquisadora Lúcia Wadt, que a partir de 1º de junho assume o cargo de Chefe-Geral da Embrapa Rondônia, em adendo à fala do Senador Gurgacz, enfatizou que a produção e a produtividade da cafeicultura rondoniense, deve-se não somente ao trabalho da Pesquisa, mas também à parceria estabelecida com o Governo do Estado, por intermédio da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de Rondônia (Codaron) e a inserção de cafeicultores no projeto “Rede de avaliação de clones de café no Estado de Rondônia”, também chamado Projeto Rede Café, lançado oficialmente durante a Rondônia Rural Show.
O projeto é uma parceria da Embrapa Rondônia com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec), que busca caracterizar os clones de café desenvolvidos por viveiristas e cafeicultores rondonienses. Os resultados vão permitir que o próprio produtor possa registrar seu clone como cultivar no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Graças a esse trabalho, não só da Embrapa, mas dos produtores também, obtivemos a melhoria na produtividade. Antes do café clonal, a produção em Rondônia era em média de dez sacas por hectare e hoje é de 40 sacas/hectare, com destaque para algumas lavouras que ultrapassam 100 sacas por hectare. Com isso, hoje temos uma menor área plantada com café e com a produtividade quatro vezes maior, isso é sustentabilidade”, disse Lúcia Wadt.
Sobre a importância das feiras tecnológicas, Lúcia Wadt disse que é um importante espaço para a divulgação das tecnologias da empresa, pois alcança não só o produtor rural, mas vários segmentos da sociedade.: “... é um lugar onde mostramos as tecnologias nas vitrines e uma excelente oportunidade para fazer contato direto com o produtor e dessa forma acessar as demandas e conhecer as necessidades dos nossos principais clientes. Isso é importante para desenvolver e adaptar os sistemas de produção ou resolver problemas em conjunto. O estado de Rondônia tem se destacado em ações que envolvem uma série de parcerias, como por exemplo, com a Emater, Secretaria de Agricultura, Conselhos, Universidades e a Embrapa”, concluiu a pesquisadora.
Homenagem aos produtores
Lúcia mencionou também a homenagem que foi feita no segundo dia de atividades na Feira, para vinte e seis cafeicultores que receberam certificados de agradecimento e reconhecimento da importância da participação deles nas atividades da Rede Estadual de Melhoramento Participativo do Café. Seis dos homenageados cederam espaço em suas propriedades para a instalação das Unidades de Referências Tecnológicas (URTs), localizadas em distintas regiões do estado e os outros vinte são produtores detentores dos clones que foram instalados nas URTs.
Vale ressaltar que a produtora Sirley Salleze, do município de Cacoal, única mulher no grupo de detentores de clones, teve distinção especial e recebeu o seu certificado das mãos do Governador Marcos Rocha, na abertura do talk-show que homenageou as “Mulheres do Agro”, tema da 9ª Edição da Rondônia Rural Show.
Melhoramento da castanha-da-amazônia
O Senador Gurgacz, conhecendo a atuação da pesquisadora Lúcia Wadt, engenheira florestal, a inquiriu sobre a demanda que há para a produção clonal de castanha-da-amazônia.
Lúcia confirmou que há demanda para a produção de mudas ou clones de castanha e informou que o trabalho de pesquisa busca identificar e qualificar material genético com interesse comercial. A Embrapa iniciou, em 2014, um programa de melhoramento genético para a produção de frutos de castanha-da-amazônia, onde já foram selecionados materiais e instalados ensaios clonais para produção de mudas. "Esse trabalho é demorado por ser uma espécie florestal, mas estamos avançando com os estudos de genética e esperamos lançar um material, acredito que em três anos”, disse Lúcia Wadt.
Também participaram como convidados do Ciclo de Debate: Marcos Montes , Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, Confúcio Moura, Senador (PMDB-RO), Marcos Rocha, Governador do Estado de Rondônia, José Valterlins Calaça Marcelino, Superintendente Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Rondônia, Mario Moacir de Almeida, Superintendente do Incra em Rondônia, e Elias Pereira Luna, Superintendente da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC, que em suas falas mencionaram a importância da Rondônia Rural Show para os produtores rurais e destacaram a importância da regularização fundiária, acesso a fertilizantes, desenvolvimento de sistemas de produção, recuperação de áreas degradadas e infraestrutura.