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Críticas à Concessão e Insatisfação Popular: O Consórcio 4UM-Opportunity venceu, nesta quinta-feira (27), o leilão de concessão da BR-364, rodovia que conecta Porto Velho a Vilhena, na divisa com Mato Grosso. A empresa foi a única concorrente no certame, realizado na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho. O consórcio ofereceu um desconto de apenas 0,05% na tarifa de pedágio, o que gerou críticas e preocupações entre políticos e a população local.
Privatização Histórica e Investimentos Prometidos
Este foi o primeiro leilão de uma rodovia federal na região Norte do país. Segundo o Ministério dos Transportes, a concessão abrange um trecho de 686,70 quilômetros, conhecido como Rota Agro Norte, que inclui acessos estratégicos em Ji-Paraná e Porto Velho.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que o projeto prevê investimentos superiores a R$ 10,23 bilhões, sendo:
- R$ 6,35 bilhões destinados a obras de duplicação e adequação da rodovia.
- R$ 3,88 bilhões para manutenção e operação da estrada ao longo dos 30 anos de concessão.
- Estimativa de 92 mil novos empregos gerados com a concessão.
Críticas à Concessão e Insatisfação Popular
Apesar da promessa de melhorias, a privatização gerou revolta em Rondônia. Uma das principais críticas está no modelo de concessão, que permite a cobrança de pedágio antes da realização das obras de duplicação. Isso significa que os motoristas começarão a pagar antes mesmo de ver melhorias na estrada.
No podcast Política com Jabá, o ex-vereador Jabá Moreira criticou a postura da bancada federal, afirmando que poucos parlamentares realmente lutaram contra a privatização. Ele elogiou a atuação da deputada Silvia Cristina e do deputado Fernando Máximo, mas acusou outros políticos de estarem inertes diante da situação.
“O senador Confúcio Moura bateu o martelo a favor da concessão. E o senador Marcos Rogério, que se diz ‘pitbull de Brasília’, agora está mais para vira-lata caramelo, porque não deu um latido forte para defender Rondônia”, ironizou Jabá.
A população também reagiu. O líder indígena Almir Suruí organizou um protesto e bloqueou a ponte do Rio Zim, chamando atenção para os impactos da concessão na economia e na mobilidade da população local.
Impacto na Economia e no Trânsito
Um dos maiores receios é o impacto econômico da concessão. A cobrança do pedágio poderá encarecer o transporte de cargas, prejudicando principalmente o setor agropecuário. Estudos indicam que um caminhão pode pagar até R$ 2.000 para cruzar o trecho entre Vilhena e Porto Velho.
Além disso, motoristas que trafegam diariamente na BR-364 temem um aumento no custo de vida, pois o pedágio pode encarecer produtos e serviços no estado. Muitos questionam se o valor será revertido em melhorias reais para a população ou se a concessão servirá apenas para beneficiar a empresa vencedora.
A concessão da BR-364 abre um novo capítulo na infraestrutura rodoviária de Rondônia, mas também gera incertezas e desconfiança.
A população de Rondônia agora se pergunta: a privatização realmente trará benefícios ou apenas aumentará os custos para quem depende da BR-364?
E você, o que acha? A cobrança de pedágio antes das obras é justa? Comente sua opinião!