PEDÁGIO NA BR 364: Empresa vai cobrar primeiro e investir depois

O leilão da concessão da BR 364 será realizado pelo Ministério dos Transportes, nesta quinta-feira (27)
Há 3 horas
 | Fonte: Foto: Assessoria
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O deputado estadual Cirone Deiro (União Brasil) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão desta terça-feira (25), para pedir a união de todos os 24 parlamentares, em defesa da duplicação da BR 364 e contra a cobrança antecipada de pedágios. O leilão de concessão da rodovia será realizado pelo Ministério dos Transportes, na próxima quinta-feira (27), na Bolsa de Valores de São Paulo. A empresa vencedora vai assumir a rodovia pelo prazo de 30 anos. “O que chama nossa atenção e causa estranheza, é que o edital prevê que os pedágios sejam cobrados já a partir de agora, assim que houver a privatização e que os investimentos comecem a ser feitos apenas daqui a quatro anos”, explicou Cirone.
 
Segundo o deputado, o recomendado nesses casos, seria a realização de audiências públicas, para ouvir a população, o que não ocorreu.  Ele explicou que, conforme o edital, a empresa terá o direito de instalar sete pontos de pedágio na rodovia, entre as cidades de Vilhena e Porto Velho. “Com base em valores cobrados em outros estados, um caminhão 9 eixos vai gastar em torno de 2 mil reais a mais por viagem, nesse trecho, chegando a 20 mil reais de custo com pedágio, em cinco viagens mensais”, explicou.
 
De acordo com o deputado, a rodovia tem cerca de 700 quilômetros de extensão, entre as cidades de Vilhena e Porto Velho e conforme o edital, vai receber apenas 113 quilômetros de duplicação e 19 de marginais. Além disso, tem nove anos de prazo para fazer os investimentos. Segundo ele, o tráfego diário no Estado é de cerca de 10 mil veículos dias, sendo 75 % leves e 25% pesados. “Durante quatro anos a empresa vai receber de caminhoneiros e de todas as pessoas que utilizam a BR, para só depois começar a investir na rodovia”, afirmou.
 
O deputado lembrou também, que a BR 364 foi construída em 1982, projetada para caminhões de 30 toneladas e hoje é utilizada por veículos que pesam em torno de até 70 toneladas, num tráfego muito mais intenso que antes. “Vamos pagar pedágios de uma estrada deteriorada, esburacada e sem acostamento adequado”, disse.  
 
Cirone conclamou os demais deputados para buscar também o apoio dos representantes federais do Estado para reverter a situação. “fomos eleitos para dar voz ao povo e não podemos permitir que nossa população, que já paga um dos combustíveis mais caros do país, seja sufocada com mais taxas e mais despesas, sem nenhuma contrapartida”, afirmou.