Cobras e escorpiões entram em casas e assustam moradores de bairro próximo a universidade em Vilhena, biólogo faz alerta

Aparecimento aumentou recentemente, mas animais devem ser preservados
Há 4 semanas
Atualizado Há 4 semanas
 | Fonte: Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Moradores do bairro Cidade Nova, próximo à Unir, registraram nos últimos dias aumento considerável no aparecimento de animais silvestres no bairro. Cobras e escorpiões foram fotografados já dentro de residências e assustaram moradores, que temem ataques, especialmente em suas crianças. A reportagem conversou com um biólogo que explicou os motivos da situação e deu recomendações para lidar com o problema.
 
Na última semana, moradores do bairro publicaram fotos de animais encontrados nas casas e ruas da localidade. Foi notada a presença de aranhas-caranguejeiras, escorpiões, jibóias e outras cobras. Uma cobra fotografada estava já dentro da casa de uma moradora, que disse tê-la visto com um pássaro na boca, logo antes de pegá-la para devolvê-la à mata próxima.
 
Também foi fotografado um escorpião dentro de uma casa e outros moradores afirmaram ter visto cobras, capivaras e aranhas grandes cruzando as ruas e avenidas do Cidade Nova. Alguns dos residentes apontam que terrenos sujos, com mato alto ou entulhos na região contribuem para a disseminação destes animais. Em contato com o biólogo Thiago Baldine, a reportagem buscou informações sobre os motivos do fenômeno de aparecimento aumentar em intensidade nesta época do ano.
 
“O escorpião-preto, conhecido cientificamente como Tityus bahiensis, é uma espécie de pequeno porte, com corpo de coloração escura e patas em tom castanho. Ele é menos agressivo em comparação com outras espécies, e seu veneno apresenta menor toxicidade do que o do escorpião-amarelo. Seu aparecimento em áreas urbanas ocorre devido à perda de habitat e à busca por abrigo e alimento. Embora possam assustar, esses animais não são agressivos se não forem provocados”, comenta Thiago.
 
Da mesma forma, o especialista revela que a jiboia, conhecida cientificamente como Boa constrictor, é uma serpente não peçonhenta de grande porte, com padrão de coloração que varia entre tons de marrom e cinza, acompanhado de desenhos em forma de losangos. É uma espécie que utiliza a constrição (pressão corporal) para capturar suas presas e possui comportamento geralmente dócil em relação aos seres humanos, sendo amplamente encontrada em ambientes florestais e áreas abertas. A entrada em residências se dá pelo mesmo motivo.
 
“Para evitar problemas, é importante que os moradores mantenham o ambiente limpo, vedado e sem entulhos que possam servir de abrigo. Caso encontre um desses animais, não tente capturá-lo. Entre em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Sedam, o Ibama ou o Corpo de Bombeiros para que sejam manejados de forma segura. Eles são fundamentais para o equilíbrio ambiental e devem ser preservados”, finaliza.