MAPA DA VIOLÊNCIA: Rondônia desponta entre os estados com maiores taxas de feminicídio

Porto Velho e alguns municípios do interior vivem cenário alarmante de violência de gênero
Há 7 horas
 | Fonte: Foto: Freepik
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A sequência de casos recentes em São Paulo reacendeu o debate nacional sobre o feminicídio no Brasil. Mas, longe de se restringir ao Sudeste, a violência de gênero se espalha de forma devastadora por todo o país  e Rondônia está entre os estados que mais preocupam.

Levantamentos nacionais e indicadores de desenvolvimento mostram que Porto Velho e diversos municípios rondonienses figuram entre os locais com maior vulnerabilidade para mulheres, revelando um cenário que exige atenção urgente das autoridades. 

Rondônia entre os piores índices do Brasil
 
Nos últimos anos, Rondônia chegou a ocupar o topo do ranking nacional de feminicídios e, em edições recentes, manteve-se entre os estados com maior incidência desse tipo de crime.
 
Em Porto Velho capital que concentra grande parte da população estadual  os registros de violência de gênero são particularmente altos. Estudos e relatórios que monitoram a segurança feminina apontam que a cidade tem índices persistentes de agressões, tentativas de feminicídio e homicídios de mulheres, reforçando um padrão estrutural de violência.
 
Além disso, denúncias de violência doméstica enviadas por canais oficiais registraram crescimento significativo, indicando que a rede de proteção ainda não consegue conter adequadamente a escalada de crimes.
 
Uma realidade maior que os números
 
De acordo com o IDSC-BR  Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades Brasil, um dos mais completos instrumentos de monitoramento municipal do país, quase 27% das cidades brasileiras enfrentam grandes desafios no indicador de feminicídio.
 
No caso de Rondônia, o quadro é ainda mais severo. Especialistas ressaltam que os números disponíveis sofrem com forte subnotificação. Muitas vítimas não denunciam por medo, dependência econômica, ameaças dos agressores ou falta de acesso a serviços essenciais. Isso significa que a dimensão real da violência no estado pode ser muito maior do que a registrada.
 
Porto Velho e o interior: vulnerabilidade disseminada
 
A capital não é a única região em alerta. Municípios de médio e pequeno porte de Rondônia também aparecem com índices elevados de:
 
• feminicídio e tentativas de feminicídio
• violência doméstica
• estupros e estupros de vulnerável
• desaparecimento de mulheres
• registros de ameaças, lesões corporais e cárcere privado
 
O padrão aponta para um problema territorialmente amplo, que se estende por áreas urbanas, rurais e até comunidades ribeirinhas.
 
Queda pontual não elimina o risco
 
Nos últimos anos, ações coordenadas de segurança e campanhas de conscientização trouxeram momentos de redução nos casos de feminicídio no estado. No entanto, especialistas alertam que essas oscilações não são suficientes para apontar uma tendência de melhora  especialmente considerando o grau de vulnerabilidade das mulheres rondonienses.
Sem políticas contínuas e investimento robusto, avanços isolados tendem a ser rapidamente revertidos.
 
O papel do IDSC-BR
 
O IDSC-BR, iniciativa do Instituto Cidades Sustentáveis com apoio da Caixa, do Ministério do Meio Ambiente e da União Europeia, permite que prefeitos, gestoras e gestores públicos tenham acesso a indicadores que orientam planos e metas alinhados aos ODS, da ONU.
 
O índice oferece gratuitamente informações sobre:
 
• segurança e proteção da mulher
• desigualdades
• educação, saúde e assistência social
• gestão pública e sistemas de denúncia
 
Com essas ferramentas, municípios conseguem identificar pontos críticos e construir políticas públicas mais efetivas.
 
A violência de gênero em Rondônia  especialmente em Porto Velho  é mais do que um problema estatístico. É uma emergência social, que coloca em risco a vida de centenas de mulheres e compromete o desenvolvimento do estado.