PERSPEC 2026-AÇÚCAR: Maior oferta e preços mais moderados devem marcar safra 26/27
O mercado global de açúcar caminha para um cenário de oferta mais folgada ao longo da safra 2026/27. No Brasil, maior produtor e exportador mundial, a expectativa é de avanço na moagem de cana na região Centro-Sul, sustentada pela recuperação das chuvas no final de 2025, expansão moderada da área e condições climáticas mais próximas da média histórica. A produção pode superar 620 milhões de toneladas de cana, o que amplia o potencial de oferta do adoçante, ainda que o rendimento agrícola dependa das precipitações no verão. Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento da moagem não garante, porém, forte incremento na produção de açúcar. Com ambiente global projetando elevado superávit e boa disponibilidade nos principais players – como Brasil, Índia e Tailândia –, o setor tende a calibrar o mix entre açúcar e etanol. A mistura obrigatória de etanol anidro a 30% na gasolina e o avanço da produção de etanol de milho reforçam o papel estratégico na determinação do mix produtivo. Estimativas indicam produção brasileira do adoçante entre 41 e 44 milhões de toneladas, acima das 39,17 milhões de toneladas na atual temporada 2025/26 (até 16 de novembro), segundo dados da Unica. No mercado internacional, a perspectiva predominante é de preços moderados, refletindo estoques mais confortáveis, superávit global e competição entre exportadores. Eventos climáticos adversos, políticas indianas de exportação e oscilações no petróleo seguem como fatores-chave para possíveis movimentos altistas. O consumo mundial deve manter trajetória de crescimento gradual, de 1,2% ao ano, impulsionado por economias emergentes da Ásia e África, enquanto países desenvolvidos tendem a reduzir o consumo per capita em razão de mudanças de hábito e substituição parcial por adoçantes alternativos.