Superbactéria em tambaquis acende alerta na piscicultura de Rondônia e impulsiona pesquisas da Unir por soluções naturais

Ji-Paraná (RO), 28 de maio de 2025 – Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Rondônia (Unir) revelou a presença de uma superbactéria hospitalar em tambaquis criados em tanques escavados no estado. O alerta foi feito pelo professor Dr. Wilson Gómez Nanrique, da Unir Campus Rolim de Moura, durante a 12ª Rondônia Rural Show Internacional.
“Encontramos essa superbactéria, a Klebsiella pneumoniae, em amostras de peixes de Porto Velho, Ariquemes, Ouro Preto e Rolim de Moura. Ela é resistente a medicamentos e não deveria estar presente em peixes”, revelou o pesquisador.
Do hospital para os tanques: como a bactéria chegou até os peixes?
A presença da bactéria — típica do ambiente hospitalar humano — levanta uma série de questões sobre a contaminação ambiental. Como os tanques estão afastados de centros urbanos e esgoto, uma das hipóteses é a disseminação via aves, chuva ou contaminação cruzada em frigoríficos.
“É preocupante porque, diferente de uma contaminação superficial, encontramos a bactéria dentro dos peixes: no fígado, coração, rim e baço”, destacou.
Falta de medicamentos e busca por alternativas naturais
A piscicultura enfrenta um grave problema: falta de medicamentos eficazes e aprovados para uso em peixes no Brasil. Hoje, há apenas três aprovados — e nenhum deles eficaz contra essa superbactéria. Diante disso, o grupo de pesquisa liderado pelo professor Wilson aposta em soluções naturais.
Entre as linhas de pesquisa:
Plantas como noni, rabo-de-gato e casca de ipê-roxo com propriedades anti-inflamatórias e imunoestimulantes;
Testes com extratos naturais incorporados diretamente na ração dos peixes;
Estudos financiados pela FAPERO e FAPEAM, com apoio da Fiocruz.
“Queremos que o produtor use algo simples, natural e acessível. A planta está no quintal, é só processar e oferecer aos peixes como suplemento”, explica Wilson.
Investimento em estrutura fortalece pesquisas em Rondônia
A melhoria da infraestrutura do campus da Unir em Rolim de Moura, incluindo laboratórios equipados e estrutura própria de análise, deve acelerar o desenvolvimento dessas pesquisas.
“Antes, precisávamos enviar amostras até Porto Velho com gelo seco. Agora, faremos tudo aqui mesmo. Isso beneficia a ciência e a população”, concluiu.
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