Professor da Unir alerta para colapso hídrico em microbacias de Rondônia e propõe soluções sustentáveis

Há 2 dias
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Ji-Paraná (RO), 28 de maio de 2025 – A crise hídrica deixou de ser uma previsão para se tornar realidade em diversas regiões da Amazônia Legal. Durante a 12ª Rondônia Rural Show Internacional, o professor e pesquisador Dr. Jhony Vendrusculo, da Universidade Federal de Rondônia – Campus Rolim de Moura, fez um alerta: mais de 130 microbacias em Rondônia apresentam sinais críticos de colapso hídrico. Entre os casos mais graves está o Rio Palmeira, que abastece Espigão do Oeste e chegou a secar completamente em 2013.

“Estudamos mais de 2.900 nascentes em apenas uma microbacia. Mesmo assim, a água secou. Isso revela o nível de degradação ambiental que estamos enfrentando”, afirmou Jhony.

Desmatamento e uso do solo: as raízes do problema
Segundo o pesquisador, a degradação da vegetação nativa é o principal fator para a queda na disponibilidade de água. Em algumas microbacias analisadas, o desmatamento chega a 90%, comprometendo não só a quantidade, mas também a qualidade da água.

“As APPs deveriam proteger os cursos d'água. Mas hoje temos áreas com apenas 25% de cobertura florestal. Isso afeta diretamente a formação de chuvas e o abastecimento do lençol freático”, explicou.

Agro precisa de água — e pode ser parte da solução
A escassez hídrica já atinge diretamente o agronegócio. O exemplo citado foi de um cafeicultor com 20 mil pés de café em Alto Alegre dos Parecis que enfrenta sérias dificuldades durante o período de estiagem.

“Sem água não tem feijão, milho, café, gado ou gente. Precisamos combinar tecnologias como barraginhas com práticas sustentáveis como sistemas agroflorestais”, sugeriu.

Soluções integradas: educação, tecnologia e recuperação ambiental
Entre as estratégias propostas estão:

Curvas de nível para reter água em áreas inclinadas;

Sistemas agroflorestais com espécies como cacau, pupunha e andiroba;

Educação ambiental nas escolas como instrumento de longo prazo;

Parcerias com instituições como Ministério Público e Tribunal de Contas.

“Estamos levando informação às escolas, criando conexão entre ciência, sociedade e políticas públicas. A conservação da água é responsabilidade de todos”, reforçou o professor.

Dados georreferenciados e planos personalizados
A equipe da Unir também disponibiliza dados e estudos técnicos, com mapas e banco de dados para auxiliar proprietários rurais na recuperação de nascentes e planejamento hídrico.

“Se já temos dados da região, disponibilizamos para planejamento imediato. Se não temos, buscamos criar os estudos junto com a comunidade local”, finalizou Jhony.


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