Porto Velho em Obras: Secretário Geraldo Sena detalha desafios e ações estruturantes na Capital
Gestão enfrenta chuvas, distritos isolados e infraestrutura precária com planejamento e foco em resultados até o final de 2025

Com pouco mais de cinco meses à frente da Secretaria Municipal de Obras de Porto Velho, o engenheiro Geraldo Sena encara de frente os desafios de comandar a infraestrutura da capital mais extensa do Brasil. Em entrevista à cobertura da 12ª Rondônia Rural Show Internacional, o secretário falou sobre a retomada de obras paralisadas, ações emergenciais durante o período de cheias e os investimentos previstos por meio do PAC.
“Porto Velho tem mais de 500 mil habitantes e mais de 8 mil km de estradas vicinais. É como administrar uma cidade com dimensão continental”, destacou Sena.
De Enchentes a Obras Paradas: Os Principais Desafios
Logo nos primeiros meses de gestão, a secretaria enfrentou alagamentos urbanos, distritos isolados por cheia do rio Madeira, e o agravante de 80% da frota de maquinário inoperante. A situação dificultou o início de obras e obrigou a adoção de estratégias emergenciais:
Limpeza de canais e drenagem: 30 mil toneladas de entulho retirados;
Recuperação de vias: foco nos acessos aos distritos e bairros mais afetados;
Revitalização de obras abandonadas: rodoviária, postos de saúde e praças.
“Nos deparamos com obras inacabadas, inclusive algumas inauguradas sem finalização. Nossa prioridade agora é concluir essas entregas.”
A cidade possui 33 distritos, sendo cinco após o rio Madeira. Muitos, como União Bandeirantes — uma das maiores produtoras de café do Brasil —, não contam com asfaltamento básico. Para Sena, esse é um ponto crítico:
“Estamos levando para os distritos os mesmos programas de limpeza e infraestrutura que aplicamos na capital, como o Cidade Limpa.”
Um dos principais projetos lançados pela secretaria foi o programa Cidade Limpa, que uniu SEMOB, SEMURB, SEMAGRIC e ENDER para realizar mutirões de limpeza e retirada de lixo em bairros e canais.
Problema recorrente: moradores descartam irregularmente móveis, colchões e entulhos, mesmo após a limpeza.
“Precisamos da conscientização da população. Lixo jogado incorretamente volta para os bueiros e canais.”
A nova rodoviária de Porto Velho está em funcionamento, mas ainda sem ar-condicionado, banheiros 100% operacionais e com danos na pavimentação recém-feita. O secretário explicou que, por exigência legal, a obra foi inaugurada antes de finalizada devido à transferência de gestão para a concessionária.
“Já demos ordem de reinício para a empresa. A prioridade será o ar-condicionado, mas há pendências de energia, banheiros e pavimentação a corrigir.”
Infraestrutura e PAC: Porto Velho entre as Cidades com Maior Aprovação de Projetos
Com o apoio da gestão do prefeito Léo Moraes, Porto Velho se destacou nacionalmente:
3ª capital do Brasil com maior número de projetos aprovados no PAC sem retrabalho;
Obras focadas em drenagem, bueiros, pontes e escoamento de águas pluviais;
Ampliação da secretaria: a SEMAOB será transformada em Secretaria Municipal de Infraestrutura com novas atribuições.
“Estamos estruturando um pacote robusto com recursos federais, estaduais e emendas parlamentares.”
Sena reconheceu que a equipe de engenheiros da prefeitura é insuficiente para fiscalizar todas as obras. Por isso, o município está terceirizando a elaboração de projetos, o que otimizou a aprovação junto ao governo federal.
Parceria com o governo estadual, bancadas federais e emendas parlamentares sem distinção partidária;
Projetos para a zona rural incluem bueiros, pontes e tubos ármicos;
Reformulação da secretaria para atender à nova demanda estrutural de Porto Velho.
“Queremos que os problemas que vivemos este ano com enchentes e vias intransitáveis não se repitam. A meta é deixar as bases estruturais prontas para os próximos anos.”