Medidas que podem reduzir os impactos da fumaça são reforçadas
Devido à fumaça causada pelos incêndios florestais, em sua maioria criminosos, o governo do estado orienta população sobre os riscos de alergias respiratórias causadas pela poluição do ar. Durante o período de seca, a poeira e a fumaça se intensificam, comprometendo a qualidade do ar e afetando, principalmente, crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios, como asma, bronquite e rinite alérgica.
Reginaldo Lourenço, pediatra do Hospital Infantil Cosme e Damião, alerta que, a exposição prolongada à fumaça em crianças pode causar inflamação das vias respiratórias, como traqueíte e bronquite, que podem resultar em problemas respiratórios mais graves, essencialmente nas que já sofrem de alergias. “As crianças, por serem mais vulneráveis, precisam de atenção especial durante esse período crítico.”
Os incêndios florestais liberam partículas finas e substâncias tóxicas que podem desencadear ou agravar crises alérgicas. Entre os sintomas mais comuns estão irritação nos olhos, nariz e garganta, tosse seca, dificuldade para respirar, inchaço no rosto e cansaço excessivo.
O especialista ressalta que os pais e responsáveis devem estar atentos a sinais de alergia. “Se a criança já for alérgica, é fundamental continuar o uso das medicações de rotina e procurar o médico para uma reavaliação, se necessário.”
INSTRUÇÕES:
Para evitar complicações de saúde, especialmente em crianças, o governo orienta à população a adotar medidas que podem reduzir os impactos da poluição. Entre as recomendações estão:
- Manter a higiene pessoal: lavar o rosto várias vezes ao dia com água e as vias nasais com soro fisiológico ajuda a limpar as partículas inaladas. A higiene corporal regular é essencial para evitar o acúmulo de substâncias irritantes.
- Hidratação constante: beber bastante água ao longo do dia mantém as mucosas das vias respiratórias hidratadas, ajudando a reduzir a irritação causada pela poeira e fumaça.
- Evitar exposição direta à fumaça: procure evitar sair durante os horários de maior calor, quando a concentração de poluentes no ar tende a ser maior.
- Ambientes fechados e ventilados: mantenha portas e janelas fechadas para evitar a entrada de fumaça e poeira em casa. O uso de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado com filtros de ar adequados, também pode auxiliar na circulação de ar mais limpo.
- Uso de medicamentos prescritos: pessoas com alergias respiratórias diagnosticadas devem seguir o tratamento recomendado por seus médicos. Se os sintomas piorarem, é importante procurar atendimento médico imediatamente.
Reginaldo Lourenço, destaca ainda que, ao identificar sinais de cansaço, inchaços, conjuntivite e vermelhidão no corpo, os responsáveis devem procurar atendimento para o tratamento correto. “É arriscado orientar tratamentos sem exame clínico em pronto atendimento”, explica.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Os incêndios florestais são uma das principais fontes de poluição, liberando substâncias tóxicas que causam diversos problemas de saúde.
A fumaça contém uma mistura de poluentes, como:
- Monóxido de carbono (CO): reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, podendo causar tontura, cansaço extremo e, em níveis elevados, até complicações mais sérias.
- Dióxido de nitrogênio (NO₂): irritante das vias respiratórias, pode agravar doenças como asma e bronquite.
- Carbono negro e marrom: partículas finas que causam inflamação nas vias aéreas.
- Precursores de ozônio: contribuem para formação do ozônio ao nível do solo, que é um poderoso irritante aos pulmões.
A fumaça também contém material particulado menor que 2,5 micrômetros (PM 2,5), que pode penetrar profundamente nos pulmões e entrar na corrente sanguínea, permanecendo no corpo por meses, e aumentando os riscos de inflamações e doenças respiratórias e cardiovasculares.
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
O aumento da concentração de monóxido de carbono e PM 2,5 no ar pode elevar os casos de doenças respiratórias, como asma, bronquite, pneumonia e até agravar condições cardíacas. A poluição do ar é um risco grave à saúde, especialmente para crianças, idosos e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas.