Uma cadela, de seis anos, levou menos de 15 minutos para salvar a vida de uma outra cachorra, de apenas seis meses, em Porto Velho.

A “princesa de quatro patas” do Silas Araújo precisou receber doação de sangue e quando seu tutor recebeu a notícia da necessidade, foi assustador, já que ele nem sabia da existência de doação de sangue para cachorros.

Quando Kiara chegou até a médica veterinária Larissa Reis, os sintomas relatados pelo Silas foram dificuldade na respiração e o fato de a cachorrinha não conseguir se levantar

“Assim que eu vi a Kiara, percebi que ela estava muito anêmica. As mucosas estavam muito hipocoradas, ela não estava conseguindo levantar por conta da fraqueza e dificuldade de respirar”, explicou a médica.

Ao fazer o exame, a veterinária percebeu que o sangue estava muito ralo e os resultados foram preocupantes.

“O quadro da anemia era gravíssimo, o hematócrito quando está abaixo de 20% já é indicado fazer a transfusão, o da Kiara estava 8%. Por isso, ela estava com dificuldade para respirar, pois não tinha células sanguíneas suficiente”, explicou.

Silas disse que Kiara estava tão debilitada ao ponto de não conseguir se mexer.

“Para falar a verdade, eu achei que ela não ia passar do dia seguinte, tanto é que os veterinários disseram que ela não tinha chance. Com a transfusão já seria difícil, imagina sem”, lembrou dos momentos de desespero e medo.

A partir do diagnóstico, Silar começou a procura por um doador. Segundo ele, a busca foi difícil, pois além dos pré-requisitos para doar, as pessoas não conhecem o procedimento.

Luz no fim do túnel

Durante a procura, Silas encontrou a Laila, cachorra de Rebeca e Renato, que se compadeceram com a situação.

“A babá do meu filho me mandou uma mensagem, disse que a cachorrinha do tio dela estava mal e precisava de transfusão de sangue e perguntou se a Laila poderia doar. Levei um susto, porque não tinha entendido nada, não sabia que cachorro doava sangue. Eu conversei com o Renato, ele ficou surpreso também e aceitou doar”, contou Rebeca Falcão.

Renato Stanley levou Laila para fazer a doação e durante o processo, ficou meio receoso com a reação da cachorra ao procedimento.

“Ela ficou muito tranquila, deitadinha em uma posição confortável e eu só precisei segurar a cabeça dela”, explicou.

“Laila nem chegou a sentir nada e já salvou a cachorrinha. Fiquei bem feliz, até porque eu não consigo doar sangue, que bom que a Laila pode”, disse Rebeca.

“Irmãs de sangue”

Silas ficou muito grato pela boa ação e pelo alívio que esse ato trouxe para Kiara. Após a transfusão, ele revelou que a cadela teve uma boa recuperação. Depois do susto, ela está em casa, mas segue em observação.

“Laila virou irmã de sangue da Kiara agora. Tenho até que ligar para Rebeca e para o Renato para marcar um encontro para apresentar elas agora que elas são irmãs de sangue”, disse Silas planejando o encontro.

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