Extrativistas de Rondônia vendem borracha natural para empresa na França
Famílias que trabalham com borracha natural, a partir da extração do látex da seringueira em Rondônia, fecharam contrato para vender toda produção para uma empresa da França.
A produção de borracha in natura será entregue para a Europa pela Cooperativa de Central de Comercialização Extrativista do Estado do Acre (Cooperacre) de Rio Branco, no Acre.
O contrato foi negociado pela Cooperativa das Comunidades Extrativistas de Vale do Anari (Coopex), em parceria com a Associação dos Seringueiros de Machadinho do Oeste (ASM), Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR), Coordenação de Unidades de Conservação (CUC) da Secretaria de Meio Ambiente estadual (Sedam) e a Associação dos Seringueiros do Vale do Guaporé (AGUAPÉ).
Essas instituições estão trabalhando juntas há mais de um ano para comercializar a borracha natural produzida pelas famílias que moram nas reservas extrativistas de Machadinho do Oeste, distante 297 quilômetros de Porto Velho (RO).
Há seis anos, esses extrativistas estão abandonados pelo poder público, sem conseguir comercializar a produção local.
Para os integrantes do projeto, significa valorização dos negócios locais e geração de emprego e renda.
“O preço da borracha in natura era de R$ 2,00 na região. Agora vamos vender nosso produto por R$ 12, 00, cada quilo. E estamos trabalhando junto com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), para que os extrativistas recebam mais subsídios de incentivo na venda. Com isso poderemos chegar ao preço final de R$ 14,00”, diz João Carlos Nunes Bragança presidente da Comunidade Extrativistas de Vale do Anari.
A borracha natural dos extrativistas de Rondônia vai atender ao mercado internacional de moda da Europa para a fabricação de calçados, por exemplo.
O contrato prevê o fornecimento de borracha natural de origem sustentável tipo CVP (Cernambi Virgem Prensado) e pagamento por serviços ambientais.
“Buscamos produzir uma borracha de qualidade que atenda ao mercado consumidor internacional”, comenta João, animado com o projeto que poderá atender mais famílias a partir da instalação de uma marcenaria.
Todas as instituições envolvidas no fornecimento da matéria prima se comprometeram em obedecer às normas e leis brasileiras de proteção dos direitos humanos e sustentabilidade ambiental.
A expectativa é que cada família tenha lucro estimado de até R$ 3 mil por mês. O projeto deverá beneficiar até o ano de 2023 mais de 100 produtores.
Os compradores forneceram 40 mil itens que vão ajudar na coleta do látex das seringueiras, como canecas e bicas. A Cooperativa já recebeu o pagamento pela entrega de 10 toneladas de borracha in natura.