Áreas de escape da pista do Aeroporto de Congonhas são concluídas
Tecnologia dá mais segurança às aeronaves
A implantação de um novo sistema na pista principal do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, foi finalizada e entregue ontem (1º) pelo governo federal. Trata-se do Engineered Material Arresting System, também chamado de tecnologia Emas, uma espécie de área de escape, instalado nas duas cabeceiras da pista e que pretende proporcionar mais segurança para os voos. As obras de implantação desse sistema tiveram início em maio do ano passado.
Essa tecnologia consiste na instalação de blocos de concreto, na cabeceira da pista, que se deformam quando uma aeronave ultrapassa o limite final da pista, fazendo com que o avião desacelere. Ela só é utilizada em situações de emergência e aumenta a segurança para pousos e decolagens. O terminal de São Paulo é o primeiro do Brasil e o primeiro da América Latina a adotar o sistema.
O governo federal investiu R$122,5 milhões de recursos públicos oriundos do Fundo Nacional da Aviação Civil-Fnac, na implantação dessa tecnologia no aeroporto. O escape da cabeceira 17R, com dimensão de 72 metros x 47,4 metros, foi concluída em março deste ano; e a outra, na cabeceira 35L, com 64metros x 47,4 metros, foi entregue hoje. As duas estruturas são sustentadas por vigas e pilares que são capazes de suportar aeronaves.
“Estamos falando de um investimento de quase R$ 130 milhões feito pelo governo na busca de aumentar ainda mais a segurança nas operações aqui no aeroporto de Congonhas, que é hoje o segundo mais movimentado do país e principal ponte aérea da nossa aviação doméstica no Brasil. Então é muito importante que possamos estar preparados para qualquer tipo de emergência ou empecilho na nossa aviação”, disse Marcelo Sampaio, ministro da Infraestrutura, em entrevista hoje a jornalistas.
Em solenidade realizada no final da tarde de hoje no Pavilhão das Autoridades do Aeroporto de Congonhas, o diretor de Operações e Serviços Técnicos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Andre Luiz Fonseca e Silva, informou que esse tipo de sistema, que começou a ser aplicado na década de 90, é utilizado atualmente em centenas de aeroportos no mundo, a maior parte deles nos Estados Unidos. “É um sistema de frenagem, de detenção da aeronave a partir da compressão de um material que vai se comprimindo, frenando a aeronave e trazendo segurança”, explicou ele.
Segundo o diretor, desde a inauguração do primeiro sistema Emas, ainda nos anos 90, ele já foi utilizado 23 vezes em todo o mundo, com taxa de sucesso de 100%.
Leilão
Em entrevista a jornalistas, o ministro comentou ainda sobre o leilão de concessão do Aeroporto de Congonhas, previsto para ser realizado em agosto. “Estamos trabalhando nas rodadas de concessão de aeroportos. No dia 18 de agosto, estaremos na Bolsa de Valores, de volta a São Paulo, para passar então uma das joias da coroa, que é o aeroporto de Congonhas”, disse ele. “Congonhas é sim um aeroporto que vai ter um investimento substancial. Estamos falando de mais de R$ 7,3 bilhões de investimentos nessa próxima rodada de concessão de aeroportos”, acrescentou.