COMPAIXÃO: Imigrantes e refugiados contam com apoio da Cáritas em Rondônia
Dia Mundial do Refugiado marca semana de lembranças das pessoas que foram obrigadas a sair de seus países
Vinte de junho ficou instituído como Dia Mundial do Refugiado, como forma de lembrar a existência desses milhões de pessoas ao redor do mundo, que foram obrigadas a abandonar suas casas, e muitas vezes, seus países e culturas.
Segundo relatório do Acnur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) até junho de 2021 (com dados de 2020), mesmo com a pandemia de Covid-19, 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo deixaram seu lugar de origem para pedir asilo.
Mesmo assim, o número de refugiados é o maior de que se tem registro: são 82,4 milhões, nos últimos 10 anos, de acordo com o Acnur.
Esse contingente, maior que a população da Tailândia (66,8 milhões), foi obrigado a deixar sua terra natal por perseguições, conflitos, violência ou violações dos direitos humanos. O número inclui refugiados, pessoas que pediram asilo em outros países e pessoas deslocadas dentro do próprio país.
Em Rondônia
Uma das instituições que acolhem os refugiados e imigrantes que vêm até Rondônia é a Cáritas da Igreja Católica, que acompanha a saída e a chegada dos haitianos no Brasil. Essa onda de imigrantes, começou em 2010, seguindo o movimento migratório mundial.
Outro ponto que impulsionou ainda mais essa corrente de fuga foi a guerra na Síria, deflagrada em 2011. Com a Copa do Mundo em 2014 no Brasil, outros grupos começaram a migrar para o Sul do Brasil, oriundos de países africanos: Gana, Cabo Verde, Senegal, Togo, Benim, entre outros.
Ainda em 2014, devido às instabilidades econômicas e políticas na Venezuela, veio o fluxo migratório dos venezuelanos.
“A Cáritas com a experiência adquirida nesse processo de acompanhar migrantes e refugiados, percebeu que alguns quando chegavam a Rondônia, não tinham acesso aos mínimos de sobrevivência, além do desconhecimento sobre renovação de documentos legais para permanecerem no país”, explicou Oscar Morales, assistente social da Cáritas no estado.
Essa situação fez com que a instituição se mobilizasse para prestar assistência social, jurídica e linguística para essas pessoas. Um dos objetivos é a inserção na nossa sociedade, o que facilita a integração.
“Por isso que no final de 2018 foram inauguradas as Casas de Direitos e Casas de Passagens em Pernambuco, Rondônia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal. A Casa de Direitos foi idealizada como lugar de referência para arrecadação e distribuição de doações; orientação jurídica e encaminhamento para documentação; formação em língua portuguesa e cultura brasileira; integração cultural e laboral e acompanhamento psicossocial”.
Em Rondônia, a Casa de Direitos fica em Porto Velho, na Rua Dom Pedro II, com a Rua Gonçalves Dias, próxima à Catedral Sagrado Coração de Jesus, no Centro.
“Neste local há doação de roupas, cestas básicas, regulamentação de documentos e orientação jurídica, orientação para assistência à saúde, que todos tenham cartão SUS, educação, que seus filhos possam estar matriculados nas escolas, aprendizado na língua portuguesa, moradia e a autonomia econômica por meio da economia popular solidária”, comentou Oscar.
Dificuldades
Na sede da Cáritas da Rua Duque de Caxias, 2450, os refugiados também são cadastrados e já recebem cesta básica e roupas. A entidade também atende venezuelanos da etnia “Warao”, onde são atendidos em um projeto em parceria com a Prefeitura de Porto Velho.
“Os Warao recebem auxílio para moradia, cesta básica uma vez por mês, e a mesma equipe que os atende, os orienta para frequentarem os postos de saúde básica. Acesso a alguns benefícios que o Brasil pode oferecer na condição de migrantes e refugiados, entre outros benefícios”, pontuou Oscar Morales.
De acordo com o representante da entidade, os refugiados que não ficam em Rondônia, querem chegar aos estados do Sudeste e Sul do país, especificamente a São Paulo. No Sul, a maioria vai para Santa Catarina.
“Aqueles que decidem permanecer em Porto Velho, estão tendo muita dificuldade de conseguir um trabalho estável. Muitos deles fazem diárias quando aparecem. No entanto, há um grande número que ficam parados por muito tempo e estes são os que mais frequentam a Cáritas por alguma assistência. Mas para poder dar maior oportunidade às mulheres migrantes e refugiadas, a Cáritas está dando apoio para o empreendedorismo para elas conseguirem alguma renda”, destacou Oscar.
Quem ficou sensibilizado e quer ajudar o trabalho da Cáritas, pode ir até a Igreja São Cristóvão (na Avenida Pinheiro Machado, 2470), que tem um departamento da Cáritas.
Pode também entrar em contato pelo número (69) 98471-4685 ou fazer uma doação por meio da chave PIX 18737474000186 (CNPJ).