Historiador rondoniense exalta sentimento do nacionalismo brasileiro; comemoração do Bicentenário motiva população
Bicentenário da Independência do Brasil, motiva professores, historiadores, estudantes e até mesmo a população na busca pelos fragmentos da história do País
O País comemora este ano o Bicentenário da Independência do Brasil que marcou a sua emancipação de Portugal. Em pauta desde janeiro, o assunto motiva professores, historiadores, estudantes e até mesmo a população na busca pelos fragmentos da história do Brasil, enfatizando os principais aspectos dos 200 anos.
A lembrança de símbolos pátrios e a história da Independência brasileira com o apoio de nobres notáveis se destacam na descrição feita professor e historiador e autor do livro Rondon, Lourismar Barroso, uma vida dedicada ao Brasil, que se encontra na segunda edição.
“Ao comemorarmos o aniversário do Bicentenário da Independência brasileira, lembramos que tudo começou quando a Independência do Brasil chegou pelas mãos do príncipe regente D. Pedro I, no dia 7 de setembro de 1822. Após uma audiência no Senado, foi lavrado um documento com mais de oito mil assinaturas, exigindo a permanência do príncipe regente no Brasil, em 9 de janeiro de 1822, configurando-se o Dia do Fico“.
O príncipe regente não estava presente. Segundo Lourismar Barroso, a partir daí iniciou-se o posicionamento de D. Pedro em relação ao rompimento com Portugal.
“Dona Maria Leopoldina enviou uma ordem do dia ao marido, que na ocasião estava em viagem a São Paulo. Ao ler a carta recebida do mensageiro, às margens do riacho Ipiranga, D. Pedro I ratificou-a e deu o grito de “Independência ou Morte”.
No entanto, conforme lembra o historiador, o 7 de Setembro não encerrou o processo de independência brasileira: “Ele seguiu com uma guerra de independência e nos meses subsequentes, acontecimentos importantes vieram à tona, como a Aclamação de D. Pedro como imperador do Brasil no dia 12 de outubro de 1822, e sua coroação em 1º de dezembro do mesmo ano. Como consequências desse processo, o Brasil passou a ser independente enquanto nação e foi sendo construído esse sentimento do nacionalismo brasileiro.”
DESPERTAR NACIONALISTA
Na opinião do professor, esse processo de independência despertou no povo a emoção nacionalista e fortaleceu o sentimento de pertencimento por tudo que simbolizava a nossa pátria.
“Ao comemorarmos o Bicentenário, após 200 anos de história, de lá para cá, o Brasil procurou manter viva a chama de sua soberania como nação independente, sendo a liberdade, a principal razão para a sua emancipação de Portugal”, assinalou. E mais:
“Esse sentimento de pertencimento executado e deixado como herança por Dom Pedro I, no grito do Ipiranga, nos orgulha a ponto de termos visto uma nação se moldando com o passar do tempo, mesmo diante de todas as dificuldades”.
Conforme Lourismar Barroso, a independência fez D.Pedro I deixar sua contribuição com sua passagem no comando do império. “Isso nos ensina que somos aquilo que defendemos para aquilo que protegemos, sinalizando que a nossa Soberania é também a nossa Liberdade, fruto da resistência para a nossa história”.
Outros que influenciaram diretamente no processo da Independência do Brasil foram: o Marquês de Barbacena, Felisberto Caldeira Brante, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, Diogo Antônio Feijó, Lord Thomas Cochrane (herói da guerra contra Napoleão Bonaparte), e Dona Maria Leopoldina, que presidia a Sessão do Conselho de Estado.
COMEMORAÇÃO
Desde janeiro deste ano, o Governo Federal vem se mobilizando para a comemoração do Bicentenário. As artes das campanhas usam uma versão estilizada da Cruz da Ordem de Cristo por ser um símbolo presente de forma constante na identidade brasileira desde o início de sua história, até hoje e por representar os valores religiosos em que os brasileiros se fundamentam.
Segundo o site www.gov.br, a Cruz da Ordem de Cristo aparece nas bandeiras de 48 municípios, incluindo as capitais Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo. O símbolo também está presente no escudo da Seleção Brasileira de Futebol.
A Ordem de Cristo financiou as grandes navegações que desencadearam no descobrimento do Brasil. A cruz no formato utilizado pela Ordem estampava as velas das caravelas e naus da época, sendo utilizada na nau de Pedro Álvares Cabral.
Pelo seu forte simbolismo na história do Brasil, quando foi proclamada a Independência, a primeira bandeira teve estampada a Cruz da Ordem de Cristo em duas áreas nobres, uma sendo o símbolo central do escudo e outra estando no topo da coroa.
O verde da bandeira da República já estava presente na bandeira do Império e se origina da cor do dragão lusitano, ser mitológico que simboliza a invencibilidade e a soberania e segue representando pelo regimento dos Dragões da Independência. Sendo símbolo da Casa de Bragança de Dom Pedro I, foi aplicado também na primeira bandeira do Brasil após a Independência.
O amarelo, o azul e o branco já eram utilizados nas navegações que partiam em direção ao Brasil. Suas bandeiras estampavam uma esfera armilar amarela, símbolo da tecnologia náutica, coroada por uma esfera azul com uma faixa branca, símbolo romano de soberania.
A primeira bandeira nacional adotou a cor amarela para representar a Casa de Habsburgo-Lorena da imperatriz Dona Leopoldina, mas o amarelo também era um símbolo português, assim como o azul e o branco.
Alguns elementos foram mantidos na Bandeira da República, como o fundo verde, o losango amarelo, o círculo azul e as estrelas brancas. No Império, cada estrela representava uma província; na República, as estrelas da esfera representam as unidades federativas.
PROGRAMAÇÃO
Na quarta-feira (13) aconteceu a abertura para as ações em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil no Colégio Tiradentes de Porto Velho (CTPMII). Entre as atividades, ocorreu o lançamento do Concurso de Redação para alunos de escolas estaduais e colégios militares de Rondônia, com o tema: “Soberania é Liberdade: Bicentenário da Independência do Brasil”.
Até o Dia da Independência, o Governo de Rondônia, irá realizar ciclos de palestras nas escolas estaduais, concurso de artes plásticas, bem como a Semana da Pátria, com abertura no dia 1º de setembro de 2022. A cerimônia será realizada na praça central do Palácio Rio Madeira – PRM. O encerramento e a premiação do concurso acontece dia 7 de setembro com desfile da Independência.